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[domingo, 5 de agosto de 2007]
Especial Entrevistas.:RG Vogue 2007:.
Alessandra Negrini
esquenta a Rg Vogue de Abril
Editada pela Carta Editorial, a RG Vogue
de abril está em chamas! Num ensaio
clicado por Bob Wolfenson no Hotel Othon,
em São Paulo, Alessandra Negrini mostra
porque é uma das melhores atrizes de sua
geração. A capa, fotografada por Murillo
Meirelles no Rio de Janeiro, no Sítio
Morrinho, em Vargem Grande, mostra
uma Alessandra despretensiosa e simples.
Alessandra Negrini é capa e recheio da revista num ensaio de tirar o fôlego
Casada com o músico Otto e mãe de dois filhos, Alessandra conta para a RG uma
intimidade que poucos conhecem da atriz que pela primeira vez protagoniza uma novela
global das 8, na qual vive dois papéis, as irmãs gêmeas Paula e Taís. Uma é boa e a outra
é má. “A Paula não é a mocinha da história até porque não há mais lugar para mocinhas
nas histórias atuais. Ela é uma heroína, uma heroína moderna. Uma mulher que se apaixona,
ama, tem tesão, sofre, luta e trepa. Não existe mais heroína virgem”, diz.
Na hora de apontar as diferenças entre as duas gêmeas, ela não se prende aos aspectos
físicos. Nem mesmo aos métodos de atuação. Diz que a diferença entre as duas está
no coração: “Uma ama, a outra não ama. Por isso acho que a Paula é mais interessante
que a Taís. Amar não é careta. A ambição desenfreada e a falta de caráter é que são caretas.
O amor, não. O amor é o que há de mais revolucionário no mundo”.
Protagonizando cenas tórridas ao lado do galã Fábio Assunção, ela elogia o parceiro
de trabalho e diz que, como em tudo na vida, para a coisa funcionar na tela tem que haver
troca, uma questão de química. “Eu não sei dizer se sou sensual ou não sou. Se ser sensual
é estar viva, então eu sou sensual. Eu quero estar viva sempre, quero trocar moléculas
com o mundo”.
Alessandra considera-se uma garota má. Ou faz coisas que considera más. Ela diz que é má
, por exemplo, quando sente tesão em cometer pequenos pecados. É má também quando
devora carne vermelha pingando sangue, quando se embriaga de vinho, quando acha
a figura do diabo bonitinha, quando venera o vermelho, quando perde a paciência
com os paparazzi, quando coloca pimenta em tudo que vê. Alessandra é má quando sucumbe
à malícia. “Malícia é uma palavra deliciosa e que tem o mal na sua origem. Por aí a gente
pode sentir que as coisas nem sempre são como parecem ser. As pessoas boazinhas
demais têm alguma coisa errada. O mal às vezes pode até ser bom e vice-versa”,
confessa.
Antes de começar a carreira de atriz, Alessandra, terceira das filhas de uma família
da capital paulista, freqüentou faculdades de ciências sociais e de jornalismo.
Parou com as duas e foi tentar o teatro. A certeza de que fez a opção correta veio
com Engraçadinha, minissérie inspirada em texto de Nelson Rodrigues e levada ao ar
em 1995. Alessandra – um rosto e um corpo praticamente desconhecidos do grande
público – estava esplêndida. O sucesso chegou com a fama de difícil, mas ela diz que
não é bem assim. “A Suzana Vieira uma vez me classificou como uma pessoa inadequada.
Foi um elogio! Acho que sou mesmo inadequada. Inadequação, aliás, é outra palavra
que adoro”.
A inadequação da atriz pode ser sentida pelo pouco apego que demonstra aos sinais
do sucesso. Alessandra, ainda que se mantenha gentil ao contato com os fãs, foge
do padrão celebridade. Tem uma vida confortável ao lado do marido e dos filhos.
Mora no Alto Leblon e diz que é apaixonada pelo marido. Diz que a maternidade
– e o amor, em última instância – a deixou mais jovem e mais segura.
Em relação à música, ela confessa que em sua casa só entra “do bom e do melhor”
– ou pelo menos tudo que Otto considera do bom e do melhor. O marido é implacável
com o que considera ruim. Para ouvir um som bagaceira, a atriz tem que entrar no carro
e ligar o rádio. Aí ela ouve de tudo mesmo. Alessandra diz que não vive sem rádio,
assim como não vive sem sonhos, sem suco de frutas, sem amor e sem viagem.
Ou seja, Alessandra Negrini vive!

por Aninha * 15:54
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