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[domingo, 23 de setembro de 2007]
NAS BANCAS Alessandra Negrini fala sobre o sucesso em 'Paraíso Tropical'
A atriz posou para a revista "TPM"
Alessandra Negrini vive uma ótima fase profissional. Suas personagem em "Paraíso Tropical", as gêmeas Paula e Taís, caíram no gosto do público. Mas no início da novela, a atriz teve que lidar com as críticas. "Foi um massacre. Chegou uma hora em que parei de ler jornal, precisei criar uma blindagem. Você tem que ter saúde e equilíbrio emocional para fazer uma novela, é muito 'hardcore'", disse a atriz em entrevista à revista "TPM".
Passada esta fase, Alessandra colhe os frutos do sucesso. "Quando acabarem as gravações sei que vou sentir um vazio", disse a atriz, que não vê a hora de fazer algumas coisinhas que não faz há meses. "Nunca mais saí para comprar uma roupa, também não fui ao cinema nem li absolutamente nada".
Alessandra também revelou alguns detalhes de sua personalidade. "Tenho uma solidão muito profunda, um lugar aonde ninguém chega. Dizem que sou difícil. Mas tudo bem, melhor que ter fama de fácil", finalizou.
Aqui vai a entrevista:
Eu que não queria estar na pele da Alessandra Negrini.” É com essa frase ecoando na cabeça que vou ao encontro da moça num domingo de agosto em um hotel carioca onde foram feitas as fotos desta edição. E por que não querer estar na pele de uma das atrizes de maior destaque do Brasil no momento? Sim, porque Alessandra é protagonista em dose dupla da novela das oito, onde faz duas personagens ao mesmo tempo, a boazinha Paula e a má Taís.
A atriz, na estrada há 14 anos – sua estréia na TV foi em Olho por Olho, na Globo, que a chamou para testes quando fazia teatro em São Paulo –, nunca fez tanto sucesso, mesmo na pele da provocadora Engraçadinha, em 1995, da minissérie de mesmo nome. No domingo em que encontra a equipe da Tpm, está na capa do caderno de cultura de um dos principais jornais do país, que exalta a sua atuação.Mas ela também está na capa de quase todas as revistas de fofoca do Brasil. E, quando estreou a novela, há seis meses, foi alvo de um massacre da imprensa. O que es- “ tava em jogo não era a sua atuação e sim um suposto caso com o galã da novela, o ator Fábio Assunção. Imagine ver todo o país fofocando sobre você e opinando sobre a sua vida?
Blindagem antifofocas
“Foi um massacre. Chegou uma hora em que parei de ler jornal, precisei criar uma blindagem”, desabafa. “Você tem que ter saúde e equilíbrio emocional para fazer uma novela, é muito hardcore.” Então teve de ser prática e objetiva. “Precisava acordar, fazer o meu trabalho bem, voltar para casa e conseguir dormir. Nem olhava para banca de jornal. Peguei horror a isso. É muito lixo tentando te invadir.”
Alessandra é uma moça de 36 anos, baixinha e decidida. Paulistana exilada no Rio de Janeiro há mais de uma década, tem personalidade forte e tatuagens espalhadas pelo corpo. No braço direito, leva o nome do marido, o músico pernambucano Otto, com quem teve Betina, de 2 anos e meio. É também mãe de Antonio, de 9 anos, fruto de seu relacionamento com o ator Murilo Benício. Uma mulher que adora fazer compras e ler Proust. Diz que faz arte por necessidade e, ao falar sobre a onda de fofocas que invadiu a sua vida, dá uma resposta certeira: “O que me importa é a arte e a maneira como ela está tocando as pessoas. O resto é lixo”. Mas tanta certeza não significa que ela não tenha se machucado ao ver o seu nome nas páginas de revistas de fofoca. “Sofri muito, de verdade. Chegava em casa e chorava.”Mas a crise passou e ela superou os maus bocados. Hoje, se sente vitoriosa. “Faço análise há dez anos e isso me ajudou muito. Agora consigo entender que as pessoas projetaram uma fantasia em cima de mim porque apareço na TV.”
I will survive
No dia em que encontra a Tpm, Alessandra sorri ao falar que só falta um mês e meio para terminar a novela. Se sente uma sobrevivente. Diz que esse tempo em cartaz a ensinou a ser uma pessoa mais livre e resistente. E conta que, mesmo quando estava triste com as coisas que falavam dela, pensava: “Tenho essa tarefa para cumprir”. Ela lembra que certa hora conseguiu não mais se abalar. “Foi como um parto”, diz a atriz, que, para dar à luz sua filha Betina, passou três dias em trabalho de parto. “Tenho uma certa tendência a passar pelas coisas de forma muito intensa. Não fosse assim, não faria o que faço.”
A entrada na novela das oito mexeu com a vida de Alessandra mais do que podia imaginar. Ela trabalha 12 horas por dia, de segunda a sábado, e, quando chega em casa, gasta mais umas quatro horas estudando as falas do dia seguinte. Não tem tempo para ficar com os filhos, conversar com o marido, muito menos malhar. Quando consegue dar uma volta na rua, é alvo de paparazzi. O marido, Otto, por decisão do casal, foi viajar. Está há três meses tocando fora do Brasil.“Decidimos que o melhor era ele fazer as coisas dele do que ficar comigo no meio dessa loucura.”
Acredita que fizeram o melhor e conta, orgulhosa, que o marido fez dois discos nesse período e que agora toca com um músico bacana pela Europa, depois de ter rodado Nova York.“A pressão de fazer uma novela das oito, o grande espetáculo do Brasil, é pesado também para quem está com você”, admite.
Solidão cravada
Alessandra tem tendência a se sentir claustrofóbica. Sente saudades de São Paulo, mas acha que estaria “mais enclausurada nos Jardins”. Então, mais uma vez, penso: “Eu que não queria estar na pele dela”. Para alguém com tendência à claustrofobia, andar na rua e saber que todo mundo te conhece deve ser terrível. Mas ela diz que não é bem assim, pois as pessoas não sabem quem ela é de verdade. “Ninguém sabe. Nem o Otto, que é meu marido”, garante. “Tenho uma solidão muito profunda, um lugar aonde ninguém chega.”
A atriz, talvez por viver ensimesmada nessa solidão, tem fama de difícil e antipática. Sabe disso – e ri. “Dizem que eu sou difícil. Mas tudo bem, melhor que ter fama de fácil.” Logo depois da sessão de fotos, vamos até o clube onde Alessandra encontra a filha Betina. A mãe abraça bem forte a pequena e desabafa: “Ter filho te dá um chão que você não imagina. Nos momentos mais difíceis, eu chegava em casa, deparava com o olhar de curiosidade que eles têm diante da vida e ficava bem na hora”.
Para ela, porém, a vida não é um anúncio de margarina, como parece ser a de tantas outras celebridades que freqüentam as revistas de fofoca. Você provavelmente não verá fotos da família de Alessandra sorrindo após o fim da novela. Inclusive, porque a atriz não tem idéia do que vai acontecer. Só sabe que vai ter sensações estranhas. “Quando acabarem as gravações, sei que vou sentir um vazio”, diz ela, que não vê a hora de fazer coisas que não faz há meses.“Nunca mais saí para comprar uma roupa, também não fui ao cinema nem li absolutamente nada.” Na lista de compras, roupas para os filhos: “A Betina cresceu e está com as roupas todas curtas, nem parece a filha de uma atriz da Globo”. É uma piada. Tanto que a atriz enche a boca para falar a palavra Globo. Depois disso, ri gostoso e segue a vida andando com a filha domingo adentro.
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por Aninha * 18:02
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